30º Carta - O som
Bem-vindos
ao blog e ao convite para ler as cartas de amor inspiradas nas
histórias que ouço todos os dias em meus atendimentos astrológicos, nos
encontros da vida, e em minhas próprias experiências. Para quem quer
saber mais sobre elas, veja o post da primeira carta no link:
http://ferzanini.blogspot.com.br/2015/10/as-cartas-de-amor.html
30º Carta
– 08/11/15
Inspirada
em uma tarde embalada pelo som que emana de Daniel Namkhay, e pelo movimento “Dançando
pela Terra”, de Lúcia Pacheco, que me acolheu em seu ventre.
Ontem não
te escrevi porque me derreti, virei som, minha voz te cantou e meu corpo te
dançou.
Foi um
dia inebriante, as pessoas com quem estive tinham amigos muito interessantes,
monges tibetanos, índios hopi, príncipes do sul, até flautas mágicas e gente
que vive no centro da terra eles conheciam. Porém, o melhor, amor meu, é que me
levaram para passear com Rumi e Santo Agostinho. Imagina! Minha alma fervia de
alegria, meus ouvidos se tornaram dois corações e suas palavras entravam como
pequenos raios de luz em minha pele. Como gosto de conviver com essa gente que
me faz ser transformação. Rumi mirou-me fundo, com seus olhinhos apertados, e de sua boca saiu um poema:
“Se busco meu coração, o encontro em teu quintal,
Se busco minha alma, não a vejo a não ser nos
cachos de teu cabelo.Se bebo água, quando estou sedento vejo na água o reflexo do teu rosto.”
Ele
escolheu esse poema porque ouvia as batidas de meu coração que cantavam seu
nome, e por isso, ele também me advertiu que a paixão é impermanente, e me
disse que para estarmos juntos é preciso que “nos sejamos”, e isso ele me contou
assim:
“Alguém bateu à porta da Bem-Amada, e
uma Voz lá de dentro perguntou:
Eu e Rumi
nos entreolhamos e nosso olhar só transmitia um “sim”.
- Quem está aí?
E ele respondeu - Sou eu.
A Voz então disse:
- Esta casa não conterá nós dois.
E a porta continuou fechada. Então o Amante foi para o deserto e na solidão jejuou e orou. Retornou depois de um ano e bateu novamente à porta. E de novo a Voz perguntou:
- Quem é?
E o Amante respondeu:
- És tu mesma!
E a porta lhe foi aberta.”
E ele respondeu - Sou eu.
A Voz então disse:
- Esta casa não conterá nós dois.
E a porta continuou fechada. Então o Amante foi para o deserto e na solidão jejuou e orou. Retornou depois de um ano e bateu novamente à porta. E de novo a Voz perguntou:
- Quem é?
E o Amante respondeu:
- És tu mesma!
E a porta lhe foi aberta.”
Eu
entendi ...
Nesse
momento Santo Agostinho pediu a palavra e nos disse:
"Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos."
E eu chorei... Chorei
porque o que quero é amar. Chorei porque enquanto você cala eu grito. O amor
tenta corrigir o medo de deixar ir o conhecido, mas será que o permitimos? Nos
perdoaremos por isso? Não sei... Chorei,
implorando ao amor que se fizesse raiz em nós. Agostinho,
então, me estendeu sua mão e me convidou para voltamos a cantar e a dançar, precisávamos
nos perder no Ser, e eu te cantei e te dancei novamente. E a cada passo, a cada
nota musical, via o teu rosto, e ouvia tua voz me perguntado: - Quem és? E o
choro virou sorriso quando te respondi: - Tú mesmo!
Sempre sua,
Eu
Lindo! Inspirado! O amor presente nas palavras! O amor... presente! Grata e bjs. Lúcia Pacheco
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