29º Carta - A Miragem

Bem-vindos ao blog e ao convite para ler as cartas de amor inspiradas nas histórias que ouço todos os dias em meus atendimentos astrológicos, nos encontros da vida, e em minhas próprias experiências. Para quem quer saber mais sobre elas, veja o post da primeira carta no link:    

http://ferzanini.blogspot.com.br/2015/10/as-cartas-de-amor.html

29º Carta – 06/11/15


Inspirada nas mensagens que venho recebendo sobre as cartas de amor estarem despertando, em alguns corações, a vontade de criar. Grata à Nathalia Pereira, por ser tão linda “carteira”.
  
Amor,

Estava aqui pensando na natureza do amor romântico, ele é miragem, encanta, chama, fascina, mas quando tocamos se desfaz nas mãos. Isso parece uma maldição! Mas só parece (risos)! Imagina se esse amor, no qual unicamente, pensamos, respiramos e queremos o ser amado durasse para sempre. O que seria do mundo? Nós não nos veríamos uns aos outros, nos fecharíamos em um universo particular onde só cabem dois, a pele se tornaria cárcere e o sexo nosso algoz. A roda pararia de girar.
Então, porque ele existe? Só posso te responder a partir de mim, do meu despertar em você. Eu diria que ele existe para expandir! Para mostrar que sou capaz de pular num abismo, de abrir mão do medo de morrer, de cruzar o mundo caminhando, de chorar de prazer, de deixar a casa natal, de enfrentar uma tempestade, de me saber fragilidade e me fazer beleza, e de cruzar os céus, só para estar, ainda que seja por um minuto, nos teus braços. E quando descubro que posso fazer tudo isso por um instante de encontro, descubro também que sou capaz de ver a inocência de todas as crianças, de entender o pedido de socorro dos que estão na solidão, de sorrir para quem busca meu olhar, de saciar a fome por vida ao meu redor, de lutar pelo direito a arte, de ser humana em relação à humanidade. Imagina se Anita tivesse esquecido de tudo isso por amor a Garibaldi, ou ele a ela? A revolução morreria!
Não se para o Amor, ele não pode ser contido num encontro entre duas almas, um mais um se soma em milhares. Acho que é por isso que não podemos nos casar, porque quem casa quer casa e uma casa é muito pequena para abrigar tanta gente. Nosso lar será o mundo, e nossa família “todo mundo”!
Isso não impede que, ás vezes, busquemos as miragens para nos refugiarmos, só eu e você. Nos abrigaremos nelas quando quisermos que nossas peles se tornem ímãs, e nosso sexo nos permita navegar em mundos líquidos, estreitos e abismais, onde o profano seja batismo que faça do êxtase o Sagrado em nós.

Você é tão generoso amor, sempre me deixar investigar o sentido da vida em você.


Sempre sua (e do mundo),

Eu

P.S.: Eu sei o que você está se perguntando agora (risos), a resposta é sim! Os Garibaldis fazem parte daqueles tais amigos dos quais te falei nas cartas anteriores.
 

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

47º Carta - Tem alguém aí?

49º e Última Carta - Ser e deixar Ser

11º Carta - O passado é agora quando ama