Terceira carta - Me fiz casa para você morar.


Bem-vindos ao blog e ao convite para ler as cartas de amor inspiradas nas histórias que ouço todos os dias em meus atendimentos astrológicos, nos encontros da vida, e em minhas próprias experiências. Para quem quer saber mais sobre elas, veja o post da primeira carta no link: 
http://ferzanini.blogspot.com.br/2015/10/as-cartas-de-amor.html


Terceira carta - 09/10/15
Inspirada em um email de amor do qual fui testemunha ontem.              

 Amor,

Quando te encontrei pela primeira vez só te enxerguei, não te vi, você usava uma capa de invisibilidade e por um bom tempo te pressenti. Um dia um vendaval arrastou sua capa para longe e de repente eu te encontrei de surpresa em meu caminho e você me guiou por íngremes descidas até me mostrar algo de extrema beleza, e foi aí, em uma fala tua, que eu te vi.
Você cuidou de mim com seu olhar e me fez sentir segura, e depois me cuidou com suas palavras e me fez querer ser mulher, e depois me cuidou com seu toque, e então me fiz casa para você morar.
Mas, a vida é feita de vendavais, e eles são brincalhões, um dia levam e no outro trazem de volta, e quando eu menos esperava me reencontro com a capa da invisibilidade, mas desta vez você não quis vesti-la, a colocou em mim. E agora? Eu te peço pra que me veja ou espero por outro vendaval?
Sabe meu querido, estou refletindo e me pergunto se é mais difícil saber amar ou saber ser amado. O Amor vem como semente plantada em cada um de nós, mas não nos damos conta de que Ele está aí, até que chegam algumas pessoas que são jardineiras e conseguem fazer essa semente brotar, e é nesse momento que acontece o grande engano, nos colocamos como viciados no jardineiro e esquecemos a semente. E é assim que o espaço propício se cria para que o abandono e a cobrança comecem a nascer como ervas daninhas que escondem nossa semente.
Vou te cobrar do que, se fui eu que quis ser a casa de alguém? Mas mesmo sabendo disso não consigo deixar de me sentir casa abandonada. Me sento na varanda, tomando um chá de orgulho, usando minha capa da invisibilidade,  enquanto, sem te contar, espero que você volte a me ver.
Amor, agora percebo! Essa capa é confortável, me esconde dos medos. Mas não quero deixar de ter medos, vou me despir dela para mim mesma... me olhar no espelho.
Então... me conta de você...
Qual seu prato preferido? Do que gostava de brincar quando era criança? O que te faz rir até perder o fôlego?
Volta a cuidar de mim?!

Sempre sua,

Eu



*As cartas de amor muitas vezes são incoerentes, pois, os encontros amorosos tem como um de seus intuitos nos ensinar a aceitar a incoerência guardada em nosso exercício de sermos humanos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

47º Carta - Tem alguém aí?

49º e Última Carta - Ser e deixar Ser

11º Carta - O passado é agora quando ama